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sexta-feira, 6 de março de 2009

“Deus ouviu os gritos da criança"



Jesus disse: "Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham. Em verdade vos digo: todo o que não receber o Reino de Deus com a mentalidade de uma criança, nele não entrará." (Mc 10,14-15)
Na minha trajetória como líder infantil e professora secular tenho me deparado com fatos que assinalam uma triste realidade, crianças tem chorado ao nosso lado e nós não temos feito nada por isso ,ás vezes passam despercebidas camufladas sobre a ótica da rebeldia.
Quem alguma vez em sua vida não se deparou com uma criança triste e sempre na defensiva como se o mundo inteiro conspirasse contra ela.Enquanto o mundo armam estratégias para pegarem suas presas o que temos feito para levar estas mesmas presas a salvação?
Vejamos alguns fatos relacionados a situação da criança na época do Antigo Testamento

*Foi a luta de quatro mulheres em defesa da vida ameaçada das crianças, que desencadeou o êxodo. Elas tiveram a coragem de iniciar a resistência contra o sistema opressor do faraó que tinha decretado o exter¬mínio dos meninos.

* Quando alguém construía uma casa, um palácio, um templo ou uma cida¬de, costumava sacri¬ficar um filho para ser enterrado debaixo das fundações. Era assim que a re¬ligião de Canaã procurava a proteção dos deuses para a casa, o palácio, o templo ou a cidade. Por isso, a cida¬de de Jericó foi reconstruída “pelo preço” de duas crianças (1Rs 16,34).
* Em épocas de crise, guerra ou desastre total, costumavam sacrifi¬car algum filho pequeno para apaziguar a ira dos deuses. Este costume cananeu penetrou na vida do povo hebreu, cujos reis faziam “passar seus filhos pelo fogo” (2Rs 16,3; 21,6; 23,10; Jr 7,31; 19,5; 32,35; Ez 16,20-21; Lv 20,2-5; 18,21).
* O culto da fertilidade era um culto cananeu, promovido pelo poder publico. Favorecia o acesso à divindade através do contato com prostitutas sagradas, aumentava o número dos filhos para tra¬balhar e guerrear a serviço do rei e, assim, produzia crianças abandonadas. O nome simbólico das crianças indicam a situação de abandono: Lo-Ruhamah, Sem-misericórdia; Lo-Ammi, Não-meu-povo (Os 1,6-9).
* A pobreza obrigava os agricultores endividados a venderem seus filhos e suas filhas como escravos e escravas. Estes deviam trabalhar para o credor, durante tanto tempo quanto fosse necessário para pagar as dívidas (Ex 21,7 Depois do exílio, continuava a situação de cativeiro que obrigava os pobres a vende¬rem seus filhos e suas filhas como escravos e escravas (Ne 5,1-5)
*Durante o cerco de Samaria, a situação de fome chegou ao ponto de duas mulhe¬res combinarem entre si de matar e comer seus próprios filhos. Comeram o filho da pri¬meira. Mas a segunda não manteve a promessa. Aí, a primeira recorreu ao rei, para que ele obrigasse a outra a cumprir o prometido (2Rs 6,24-30).
*As Lamentações de Jeremias falam de crianças e jovens famintas, abandonadas, assassinadas (Lm 1,5.15.18; 2,11-12.19), e de mães que chegaram ao ponto de matar e comer seus próprios filhos (Lam 2,20; 4,10).

Há uma pergunta que não quer calar, que futuro damos as nossas crianças,ou melhor que lugar temos dado a elas na igreja?Expectadoras ou coadjuvantes?Autoras ou personagens?“Deus ouviu os gritos da criança do jeito que ela está aí” (Gn 21,17). A experiência de Deus que Agar teve no meio do desterro e do abandono, produz um efeito surpreen¬dente. Ela revela a Agar que Deus escuta o clamor da criança do jeito que ela se encontra, abandonada, quase à morte! Ela faz com que Agar, escrava e mãe solteira, se restabeleça e se anime. Abre os olhos da mãe e a faz enxergar os meios de vida mesmo no deserto onde só existem desolação e morte. Provoca iniciativas que fazem a criança crescer, não no ambiente de onde foi expulsa por Sara, mas sim no ambiente onde ela vive abandonada. Sinal de muita criatividade!e talvez o que nos falte hoje
E você tem ouvido os gritos das crianças???

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